Todo ano, todo verão o problema se repete nos municípios da Baixada: falta água. Aliás, no verão aumenta a falta d'água, pois normalmente o abastecimento já é precário durante o ano inteiro em vários bairros dos municípios da região. Em Nova Iguaçu por exemplo, os bairros Lagoinha, Jardim Esplanada, Marco II, Engenho Novo, Cobrex, Parque Flora, Monte Castelo, Austin, Cacuia, Jardim Alvorada, Califórnia, Caioaba e Vila São Teodoro são os mais castigados.
Só o descaso do governo estadual com a região pode explicar essa situação, uma vez que cerca de 65% da água que abastece a Zonal Sul do Rio é captada no Rio Guandu que fica na Baixada. Fora os mananciais de Tinguá e Jaceruba que também são ótimas fontes de produção de água. Investir em infra-estrutura e melhorar o abastecimento em Nova Iguaçu e na Baixada sempre esteve na agenda dos governantes do Estado do Rio, mas pouca coisa foi feito até agora. Tal fato é constatado pela situação vivida pelos moradores nestes dias de intenso calor. No bairro K-11 por exemplo temos um reservatório com capacidade de abastecer boa parte da cidade, mas há quase 15 anos está abandonado, não obstante as inúmeras promessas de fazê-lo funcionar.
Há cerca de seis anos, o vereador Carlos Ferreira, o Ferreirinha (PT), em parceria com o Grupo Ecológico Herdeiros da Natureza (Gehnat) e a Associação de Moradores do Bairro Caonze, entrou com uma representação no Ministério Público a fim de obrigar a Cedae e o governo do Estado a resolver o problema. A ação ainda está em andamento.
No ano passado, a Câmara Municipal de Nova Iguaçu abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação. Seu desfecho será no retorno do recesso parlamentar em fevereiro, quando se espera conhecer oficialmente o tamanho do descaso e as ações efetivas propostas para solucionar o grave problema de falta d'água nos bairros de Nova Iguaçu.
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